
Palestinos dizem que conflito em Gaza já matou mais de mil
Fontes médicas da Faixa de Gaza disseram nesta quarta-feira que 1.010 pessoas já morreram no território palestino desde o início da ação militar israelense, em 27 de dezembro.
Segundo o Ministério da Saúde palestino, 315 são crianças entre os mortos. Outras 4,7 mil pessoas ficaram feridas, de acordo com as fontes palestinas.
Israel afirma que 13 israelenses foram mortos desde o início do conflito, sendo 10 soldados e três civis.
Como Israel não permite a entrada de jornalistas estrangeiros na Faixa de Gaza, as informações sobre número de mortos não podem ser confirmadas.
Esforços diplomáticos
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, está em um giro diplomático pelo Oriente Médio na tentativa de obter um cessar-fogo entre Israel e o grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
No Cairo, capital do Egito, Ban disse que é intolerável que civis tenham de suportar o fardo maior do conflito.
Depois de uma reunião com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, Ban disse esperar que a iniciativa diplomática liderada pelo Egito tenha resultados o mais rápido possível. Ban deverá visitar ainda Israel, Jordânia, Cisjordânia e Síria.
Segundo analistas, o Egito vem aumentando a pressão sobre os líderes do Hamas para que aceitem uma proposta de trégua.
Um porta-voz do Hamas disse que qualquer acordo de cessar-fogo deve incluir o fim imediato dos ataques e a retirada completa das tropas israelenses de Gaza, além da abertura das fronteiras, encerrando o bloqueio imposto ao território.
O governo de Israel afirma que a ofensiva tem o objetivo de impedir que militantes palestinos continuem a lançar foguetes contra o território israelense.
Estratégia
Apesar dos esforços diplomáticos por um cessar-fogo, nesta quarta-feira, 19º dia do conflito, tropas israelenses e militantes palestinos continuaram a se enfrentar nos arredores da Cidade de Gaza, com registros de explosões e trocas de tiros.
Israel afirmou que mais três foguetes foram lançados a partir do território libanês contra a cidade de Kiryat Shmona, no norte do país.
Quatro foguetes já haviam sido lançados contra Israel a partir de território libanês na semana passada, aumentando temores de que o conflito se espalhe pela região.
Analistas afirmam, no entanto, que Israel parece estar evitando um ataque em massa contra a Cidade de Gaza, porque combates intensos na zona urbana poderiam causar muitas mortes dos dois lados, o que seria um risco político a menos de um mês das eleições israelenses.
Fontes também afirmam que há sinais de divisões no gabinete israelense. Segundo essas fontes, o ministro da Defesa, Ehud Barak, defende uma diminuição na ofensiva, mas o primeiro-ministro, Ehud Olmert, quer pressionar com mais ataques.
Em meio ao conflito em Gaza, uma nova gravação com uma voz atribuída ao líder da rede extremista Al-Qaeda, Osama Bin Laden, foi divulgada nesta quarta-feira.
Na gravação, Bin Laden convoca uma "guerra santa" para combater a ofensiva de Israel. A autenticidade da gravação, divulgada por sites islâmicos, não pôde ser verificada.